Nº de MEIs cadastrados para serviços de entrega atinge recorde em seis anos em Campinas
20/06/2024
Número na metrópole saltou de 1,6 mil pessoas em 2019 para 2,6 mil em 2024, segundo dados do Sebrae. Consultor aponta que crescimento acompanha o 'boom' do comércio online, em 2020 e 2021. Campinas (SP) atingiu o maior número de Microempreendedores Individuais (MEIs) cadastrados para serviços de entrega no intervalo de seis anos. O número foi obtido pela EPTV, afiliada da TV Globo, com o Sebrae.
De acordo com o levantamento, em 2019, a quantidade de entregadores listados como MEIs era de 1.634 pessoas, enquanto que, até o dia 1º de junho deste ano, o número aumentou para 2.650, o que equivale a um crescimento de 62%. Veja abaixo detalhes:
O aumento acompanha o movimento em todo o estado de São Paulo, que, durante o mesmo intervalo, registrou um salto de 50.364 para 99.551 MEIs cadastrados a fazer entregas.
Outras cidades das regiões de Campinas, como Sumaré (SP) e Indaiatuba (SP), também tiveram, de 2019 a 2024, alta de 103% (225 para 519) e 197% (98 para 292), respectivamente.
🔼 Por que aumentou?
Consultor de negócios do Sebrae, Aldo Batista dos Santos Junior afirmou que o aumento nos cadastros de MEIs para entrega acompanha o "boom" do comércio online, em 2020 e 2021, por conta da pandemia da Covid-19.
Além disso, segundo ele, por conta do entregador geralmente ser um profissional sem registro, estes trabalhadores buscam um respaldo em caso de doença e afastamento.
"Muita gente também está comprando vans para fazer as entregas. Você entra no site, abre a empresa e sai com o CNPJ na hora. Tem várias facilidades como isenção de alvará, valor baixo de imposto, como R$ 6 de ISSQN, então é uma facilidade mesmo para a pessoa que quiser empreender tenha facilidades", explicou.
🚨 Precarização
A busca por ser tornar MEI por parte dos entregadores, como disse Junior, é também para tentar diminuir a precarização do serviço.
Em março, uma pesquisa da Unicamp sobre a rotina de trabalhadores por aplicativo mostrou que as jornadas de trabalho durante um dia típico podem atingir 14 horas enquanto o tempo de lazer, quando existe, fica concentrado em uma "forma de distração precária", que inclui o consumo de redes socais, e causa impactos na saúde.
Segundo o pesquisador, a jornada extenuante impõe falta de controle do trabalhador sobre o tempo de descanso e pressão por bater metas elevadas, cenário que compromete o lazer e o bem-estar.
Outro estudo, de maio, mostrou o perfil de motoboys. A maioria é de homens negros, de 30 a 49 anos, trabalhando de seis a sete dias por semana.
O levantamento também mapeou dados de saúde dos entregadores, revelando que 66,5% dos entrevistados bebem até 1,5 litro de água durante o horário de trabalho, e 38% não chegam a 1 litro consumido por dia.
Número de MEIs cadastrados para entregas aumentou em Campinas
Reprodução/EPTV
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