Veja perguntas e respostas sobre portas automáticas de plataforma e sensores no metrô de SP

  • 08/05/2025
(Foto: Reprodução)
Morte de Lourivaldo Ferreira Silva Nepomuceno na terça-feira (6) levantou dúvidas a respeito do sistema criado justamente para evitar acidentes. Vão entre as portas da Linha 5-Lilás O passageiro Lourivaldo Ferreira Silva Nepomuceno, de 35 anos, morreu nesta terça-feira (6) após ficar preso entre o vão e a porta da plataforma da Estação Campo Limpo da linha 5-Lilás, administrados pela ViaMobilidade. Diferentemente do Metrô do estado, as estações que estão sob ocomando da concessionária não têm sensores de presença, que evitam esmagamento, no espaço onde a vítima ficou presa. Filho de pedreiro, estudante de educação física, repositor de supermercado e bom pai, Nepomuceno vivia em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, era casado e tinha três filhos. Ele usava o metrô todos os dias para se locomover na cidade, segundo contou o pai, que tem o mesmo nome do filho. O caso chocou outros passageiros que, assim como a vítima, também estavam indo ao trabalho. A auxiliar de limpeza Daniela dos Santos criticou a operação da Linha 5-Lilás, que liga o Capão Redondo à Chácara Klabin, e afirmou que falta organização. "Eu encontrei uma bagunça aqui em Santo Amaro. Toda vez é essa humilhação. O cidadão brasileiro não merecesse isso. Sai cansado para trabalhar e passa por isso? Está cada vez pior", desabafou Daniela. Além disso, a morte nesta terça-feira (6) levantou uma série de dúvidas a respeito das portas automáticas, dos sensores de presença que evitam esmagamento e das medidas que serão adotadas pela concessionária para aumentar a segurança dos passageiros. Veja perguntas e respostas sobre as portas automáticas e os sensores no metrô de São Paulo: O que são portas automáticas de plataforma? Todas as linhas de metrô de São Paulo têm portas automáticas de plataforma? Quais linhas são operadas pelo governo de São Paulo e por concessionárias? Quais linhas têm sensores no vão entre o trem e a porta da plataforma? O vão entre o trem e a plataforma no Metrô de São Paulo é maior do que em outros lugares do mundo? O que dizem os especialistas sobre a falta de sensores? Quais são as soluções propostas após o acidente? O que são portas automáticas de plataforma? Movimentação no momento do acidente na Linha 5-Lilás Reprodução/TV Globo As portas automáticas das plataformas de trem e as dos vagões de metrô são automatizadas. Elas abrem e fecham em sincronia com as portas do trem, oferecendo segurança e organização no embarque e desembarque dos passageiros. Elas protegem e bloqueiam, por exemplo, o acesso ao trilho e impedem a queda de pessoas e objetos. Antes do fechamento das portas, há um aviso sonoro. A porta da plataforma e a do trem deveriam ter sensores de segurança que detectam se foram fechadas corretamente ou se há algum objeto ou pessoa obstruindo o fechamento ou entre ambas, como o que causou a morte Lourivaldo. Quando elas não fecham por completo, o sensor — quando existente — acusa, e as portas se abrem de novo, como se fosse uma porta de elevador. No caso do incidente de terça-feira (6), porém, de acordo com testemunhas, isso não aconteceu, e o trem seguiu viagem. Todas as linhas de metrô de São Paulo têm portas automáticas de plataforma? Plataforma lotada na Linha 5 - Lilás Acervo pessoal Não. As portas de plataforma começaram a ser implantadas em São Paulo em 2010, na Linha 2-Verde. Hoje, 28 estações administradas pelo Metrô do estado nas Linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata contam com o equipamento em operação. Em nota, o Metrô disse que segue ampliando a instalação desses dispositivos. Estão em andamento os trabalhos em quatro estações (Sé, Santa Cecília, Marechal Deodoro e Tatuapé) e há outras 24 estações com instalação programada, nas Linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha. A previsão é concluir esses trabalhos até 2026. Hoje, se somadas à Linha 4-Amarela, operada pela concessionária ViaQuatro e à Linha 5-Lilás, da ViaMobilidade, ambas subsidiárias do Grupo CCR, 53 das 91 estações do Metrô de São Paulo contam com portas automáticas de plataforma. O sistema foi desenvolvido originalmente na França há quase 30 anos para reduzir acidentes e interrupções causadas por passageiros na via. Quais linhas são operadas pelo governo de São Paulo e por concessionárias? Linhas operadas pelo Metrô SP: Linha 1-Azul: Jabaquara - Comitê Paralímpico Brasileiro - Tucuruvi. Linha 2-Verde: Vila Prudente - Vila Madalena. Linha 3-Vermelha: Corinthians-Itaquera - Palmeiras-Barra Funda. Linha 15-Prata (Monotrilho): Vila Prudente - Jardim Colonial. Linhas operadas por concessionárias: Linha 4-Amarela: Operada pela ViaQuatro, uma subsidiária do Grupo CCR. Linha 5-Lilás: Operada pela ViaMobilidade, também uma subsidiária do Grupo CCR. Quais linhas têm sensores no vão entre trem e a porta da plataforma? Sensor de presença instalado entre a porta da plataforma e da composição Arquivo pessoal As linhas 3 e 1 do Metrô. Em nota, o Metrô afirmou que todas as estações equipadas com portas de plataforma na Linha 3-Vermelha possuem sensores de presença. As estações são: Corinthians-Itaquera, Artur Alvim, Guilhermina-Esperança, Patriarca, Vila Matilde, Penha, Carrão-Assaí, Belém, Bresser-Mooca, Pedro II, Palmeiras-Barra Funda. A Linha 1-Azul também tem sensores e barreiras em duas estações (Tucuruvi e Jabaquara). Já na Linha 2-Verde, foram instaladas recentemente barreiras físicas (gap fillers, vedação de borracha com estrutura de metal) nas quatro estações que contam com as portas (Vila Madalena, Sacomã, Tamanduateí e Vila Prudente). Na Linha 15-Prata, o Metrô explicou que as portas do trem se abrem para fora, portanto, não há espaço entre o trem e a porta de plataforma. A ViaMobilidade não tem sensores no vão entre trem e a porta da plataforma, apenas nos trens. A empresa informou que tem apenas sensores nos trens para impedir acidentes e que eles partam com as portas abertas. "Nossa engenharia já vem trabalhando nesse projeto. E nós teremos até fevereiro de 2026, portanto, nos próximos meses, e agora a tendência é que a gente busque até adiantar esse projeto, é a instalação de sensores de presença nesses espaços, entre a porta do trem e a porta da plataforma. Com isso, qualquer objeto, qualquer pessoa, qualquer coisa que esteja ali, será detectado e a porta não fechará" — Francisco Pierrini, presidente da empresa, em entrevista à Band. O vão entre o trem e a plataforma no Metrô de São Paulo é maior do que em outros lugares do mundo? Sim. O engenheiro Moacyr Duarte, especialista em análise de risco e gerenciamento de emergências, lembra que esse tipo de acidente é praticamente impossível de ocorrer nos principais metrôs do mundo. Segundo ele, o motivo é que "no espaço entre a porta do trem e a porta de segurança não cabe uma pessoa". Ou seja, o vão é praticamente inexistente. Além disso, o engenheiro afirma ter havido falha no projeto original das plataformas. "Nos casos ocorridos aqui, as pessoas ficam presas num espaço existente entre as portas. Foi uma falha no estudo prévio para implantação. Quando você coloca um sistema desses, é necessário que exista a aplicação de uma série de técnicas e uma reunião de profissionais envolvidos para que seja feita essa análise dos riscos existentes." O que dizem os especialistas sobre a falta de sensores? O engenheiro Luis Kolle, presidente da AEAMESP (Associação de Engenheiro e Arquitetos de Metrô), aponta problemas na elaboração do sistema de segurança. Segundo ele, o sistema deve ser projetado para operar no modo "falha segura", ou seja, de forma a minimizar os riscos quando ocorrem falhas. “Quando você elabora um sistema de segurança, você tem que prever o que pode acontecer com o sistema. No caso dos trens e metrôs, uma das coisas que acontece muito são as pessoas segurarem a porta para embarcarem. Quando você obstrui a porta, você tem que dar uma chance de a pessoa entrar no trem ou voltar para a plataforma.” Para o vice-presidente da Fenametro (Federação Nacional dos Metroferroviários), Alex Santana, os trens do Metrô têm mais dispositivos de segurança do que os trens da ViaMobilidade. "Nas nossas linhas existem sensores de presença nos vãos, borrachões pra evitar que alguém fique ali, entre outras questões do sistema e procedimentos operacionais. No caso da L5 [ViaMobilidade] não há sensores de presença e a borracha que tem não é suficiente. O vão praticamente não tem visibilidade pra monitoramento, e a falta de funcionários nas plataformas acaba dificultando a prevenção dessa ocorrência", diz. O engenheiro Peter Alouche, que trabalhou no Metrô de São Paulo por 35 anos, acredita que houve uma série de falhas no caso da morte de Lourivaldo. “A ausência de sensor faz com que a porta feche mesmo com a pessoa no vão”, afirma. Quais são as soluções propostas após o acidente? Protesto em frente a estação Campo Limpo, da linha 5-Lilás, na tarde desta quarta-feira (7) Reprodução/TV Globo Segundo a ViaMobilidade, serão instaladas barreiras até o segundo semestre deste ano para cobrir o vão entre os trens e as portas de plataforma na Linha 5-Lilás. Esse sistema já foi implementado na Linha 2-Verde após um incidente semelhante na estação Vila Prudente, em março, quando uma passageira também ficou presa, mas o trem ficou parado e foi possível retirá-la sem ferimentos. A concessionária também informou que vai instalar sensores nos vãos das plataformas até fevereiro de 2026.

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/05/08/veja-perguntas-e-respostas-sobre-portas-automaticas-de-plataforma-e-sensores-no-metro-de-sp.ghtml


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